
Esta é uma pergunta que merece a atenção de professoras/es e pais. A partir dos estudos da Pedagogia e da Psicologia sabemos que para aprender é necessária uma mobilização cognitiva desencadeada por um interesse ou necessidade e uma mediação que ajude a construir sentido para o objeto ou situação de conhecimento.
Isabel Solé, professora e pesquisadora espanhola, explica que nesse processo complexo intervém diferentes aspectos do tipo afetivo-relacionais que interferem na construção do conceito que a criança/adolescente tem de si (autoconceito). Isso significa que ao mesmo tempo em que a criança/adolescente aprende, ela/ele está construindo a forma como se vê, percebe o mundo e se relaciona com ele.
A partir dessas interações com os conteúdos, colegas, professoras/es e outros parceiros significativos, a criança/adolescente aprende os conteúdos e também aprende que pode e é capaz de aprender, construindo uma imagem positiva de si mesma. O que contribui com a construção do autoconceito? Um ambiente seguro e amoroso em que a criança/adolescente não teme o erro; compreensão e valorização de seu ponto de vista; intervenção sensível que aponte caminhos e outras formas de pensar sem desqualificar o que ela/ele diz e pensa.
É importante ajudar a criança/adolescente a atribuir sentido para as tarefas escolares esclarecendo o que é para fazer e qual o objetivo da proposta; partir daquilo que ela/ele sabe; colocar desafios ao seu alcance para que confie em suas possibilidades; garantir que possa mostrar-se progressivamente autônoma/o; valorizar seus esforços. A elaboração do conhecimento exige disponibilidade, esforço e envolvimento, mas demanda tempo, incentivo e afeto.
Para aprofundar a discussão, não deixe de ler o capítulo “Disponibilidade para a aprendizagem e sentido para a aprendizagem, de Isabel Solé, publicado no livro “O construtivismo na sala de aula”, organizado por César Coll e colaboradores (Ed. Ática).