Andragogia: o que é e qual sua relação com a Educação Corporativa?

Contribuição para o Pecege Educação Corporativa:

A Andragogia, termo que vem ganhando destaque na Educação Corporativa, costuma ser definida como uma teoria ou modelo de educação voltado à educação de adultos tendo em vista facilitar seu aprendizado.

Este termo se tornou amplamente conhecido a partir das contribuições de Malcolm Knowles, educador norte-americano que, na década de 60, definiu a andragogia como a “a arte e ciência de ajudar os adultos a aprender”.

Mais recentemente, a preocupação com a educação continuada (ou lifelong learning) colocou a educação de adultos no foco de atenção das organizações e a andragogia passou a ser referência para a sistematização de metodologias ajustadas a essa etapa de vida do indivíduo.

O princípio básico da educação de adultos é que a aprendizagem do adulto tem algumas especificidades. Quais seriam essas especificidades?

É preciso considerar que o adulto é marcado por um conjunto de vivências e de uma experiência profissional que orienta o seu processo de formação. Isso significa que o investimento do adulto-profissional na formação tem uma intencionalidade. A expectativa do profissional, na maior parte dos casos, é trabalhar em torno da resolução de problemas. Sendo assim, não é esperado da formação simplesmente “ensinar determinados conteúdos”, mas oferecer oportunidades para o profissional analisar os dilemas da prática e reelaborar conhecimentos produzidos no contexto da própria ação. Isso faz da formação um recurso estratégico que pressupõe desenvolver conhecimentos teóricos e técnicos a serem mobilizados em situações concretas.

Como toda teoria, a Andragogia está organizada a partir de alguns pressupostos. De acordo com Knowles, são seis pressupostos a se considerar:

  • A necessidade de conhecer: O adulto precisa saber por que precisa aprender algo e como o conhecimento a adquirir poderá ajudá-lo a resolver problemas. É fato que não se pode pensar estritamente no caráter utilitário e aplicado do conhecimento, uma vez que se sabe que um repertório de conhecimentos amplo (cultura geral) é fundamental para ampliar a capacidade de leitura da realidade e para estabelecer relações entre as diferentes situações. O que se enfatiza, na perspectiva da andragogia, é que a necessidade de conhecer pressupõe que o profissional reconheça as contribuições daquele conhecimento ou experiência.
  • O papel da experiência: Parte-se do pressuposto que a experiência do adulto pode ser um rico recurso para promover a aprendizagem através de um conjunto de métodos ativos e experienciais. A experiência é o conhecimento construído no contexto da ação. É esse tipo de conhecimento que organiza, inclusive, o pensamento do profissional, validando (ou não) novos conhecimentos, práticas e situações.
  • Autoconceito: O autoconceito, na andragogia, se refere ao sujeito auto-direcionado, isto é, àquele adulto que se reconhece como responsável pela construção de seu percurso de aprendizagem e pelas suas próprias decisões. Na educação do adulto o estudo passa a estar baseado numa lógica autodiretiva, em que o papel do educador ou mediador é criar experiências de aprendizagem significativas e estimular a autonomia.
  • Prontidão para aprender: Partindo da ideia de que os adultos aprenderão aquilo que tiverem necessidade de saber, sua prontidão, ou seja, sua disposição para aprender é dependente do meio e de seu conjunto de tarefas e desafios. A formação, portanto, deve estar dirigida às suas necessidades reais.
  • Orientação para a aprendizagem: No modelo andragógico a orientação da aprendizagem do adulto, o foco de seu direcionamento, é a contribuição para a resolução de problemas profissionais a curto prazo. Seus interesses, portanto, estão relacionados com seu desempenho, o que justifica seu investimento no desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à melhoria de sua prática profisisonal.
  • Motivação: Muito embora a prontidão e a orientação para a aprendizagem dependam do meio e dos desafios e problemas do mundo do trabalho, bem como de expectativas de reconhecimento, promoções etc., a motivação é interna. A mobilização interna é que garante o engajamento nas atividades formativas e a sustentação do interesse.

A Educação Corporativa, que tem papel estratégico no alcance dos resultados da organização, deve se orientar, ao propor as ações educacionais, nas necessidades formativas de seus colaboradores de modo que o planejamento das ações leve em conta as características da formação de adultos.

O diagnóstico das necessidades formativas, etapa indispensável e coerente com os pressupostos do modelo andragógico, precisa orientar a formulação dos objetivos e desenho dos planos de aprendizagem para que o desenvolvimento da proposta formativa atenda, de fato, as expectativas do indivíduo e da organização.

Disponível em: Linkedin Pecege Educação Corporativa

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